sábado, 23 de abril de 2011

Teogonia - parte 6

Zaur, o caído, consumiu tudo no caminho de onde atravessou,
Sua queda espetacular, real e planar, deformou a terra e planos,
Invadindo, perfurando e arrasando por onde trespassava:

Após a crosta, perpassou o mundo dos mortos, terra da desconhecida morte;
A cisão criou rota de fuga para espíritos que a deusa Dánive, a morte, guardava.
Estes invadiram o mundo, os espíritos, desesperados dos seus dias em vida,
Sem perceber, muitos, que, agora mortos, seu destino era predar os vivos.

Zaur, o corrupto, continuou sua queda, e seu toque torpe alcançou o plano elemental;
E de todos que ali se encontrava, conheceram por bem ou por mau, seu horror abismal:
Consumiu e maculou todo o território ali, criando arremedos hirtos, que só desejam o mal

Este reino, antes, dotado de beleza e fulgor, ganhou uma seção assustadora espiral descendente:
Um reino distorcido e maligno que não tinha nada em seu âmago, exceto satisfazer vis impulsos;
A estes, seriam chamados demônios, seus novos seres, e só havia mal em seus corações ferventes.
Eles também ascenderam para o orbe, aproveitando a trilha deixada pelo seu lorde soturno.

Zaur, o derrotado, continuou caindo até os limites imponderáveis do insondável.
Aqui, variam as teorias sobre onde teria parado; se de volta ao universo ou além.
O que se sabe é que anjos desafortunados o encontraram e também por ele, macularam-se.

Estes, caídos por outro motivo, se rebelaram contra os deuses,
E unidos muitos entre aqueles tantos outros em pecado e lutaram.
Apesar do desafio, foram, após esta outra longa luta, derrotados.
Expulsos e/ou selados, não se sabe, a estes pouco se ouviu falar.

Então, diante de tantos perigos, mortos, demônios e caídos, como podiam lutar?
Eram muitos os inimigos, para deuses, heróis e mortais lutar, vencer, subsistir.
A aliança veio dos deuses do submundo, o panteão não conhecido até então:

Dánive, e seus filhos subiram e ajudaram os deuses contra tantos novos desafios.
Deusa da morte, comandava os espíritos; e eles queria em seu reino,
Pois, os mortos eram seus súditos e só lá podiam habitar até renascer.
E a todos os espíritos e seres desmortos que perturbavam a vida caçou.

E só ia descansar quando capturasse a todos, mas o destino caprichoso...
Destes espíritos, desejosos por vida, havia entre eles, quem queria escapar,
E conhecendo a mente dos mortais, viram ser adorados, nas formas dos animais,
Animais-totens, que se uniram e formaram um panteão menor de espíritos vivos.

Sozinhos não tinham força contra a toda-poderosa deusa, mas unidos, eles a resistiam.
A deusa abismada não podia acreditar que não podia lidar com eles, mas ouviu Mikra:
Eram estes agora transformados, espíritos vivificados da natureza, que iriam protegê-la,
E não mais mortos famintos desgarrados; Se assim, haviam se tornado, Dánive os deixou.

Mas qual a origem destes deuses do Submundo? E quem eram eles, cujos personagens
Entraram no rol das histórias das lendas e deixaram também seu legado diante do mundo?

3 comentários:

  1. De volta à publicação.
    Tentarei fazer regra, postar toda terça e quinta.

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  2. Este trecho da Teogonia ficou muito bom.

    E alías, em homenagem a Hélios (e também porque cabe perfeitamente nos meus planos) o terceiro arco de histórias da SAGA DOS PRODÍGIOS se chamará TEOGONIA!

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  3. Ajeita o diabo da barra lateral!
    Ainda tá "espiral sem fim" em vez de "espiral sem limites"

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