terça-feira, 22 de março de 2011

Teogonia - parte 3

Os deuses Estrelas viram a perfeição e maravilha da Criação da deusa-mãe.
E lhe pediram permissão para que seus filhos pudessem a terra lavrar.
E ainda aos seus filhos da corte celeste, aos mortais orientar,
Pois eram primitivos e nada sabiam que os pudesse ajudar.

Kai, a Terra assentiu e assim sendo, as Estrelas desceram ao orbe
Pousando seus filhos e corte de seguidores e servos para trabalhar
Neste novo e infante reino, com tantas coisas novas para cuidar.

Seriam eles chamados de membros de Panteão Celeste,
Pois vinham do Mar Astral, no céu.
Em oposição estavam diante deles o Panteão Terrestre, ou Primal
Dos nativos e filhos de Kai, a Terra

Enquanto os deuses primevos do mundo deixavam os mortais livres em seus cultos
Permitindo a epifania da adoração em meio a natureza; os rigores do clima
A sensação ímpar do poder dos elementos e dos espíritos, da doutrina xamânica,

Este outros deuses, vindo dos céus, eram completamente diferentes.
Dotados de ferramentas, matéria prima e desejo de mudar o relevo,
Erigiram cidades e forjaram algo que chamavam de civilização.

Seus servos, séquito de anjos, estes, deveriam educar os mortais,
Enquanto os deuses dividiam a terra entre si, conforme seus interesses;
Criaram algo chamado governo e instituíram a si mesmo como governantes divinos;
Forjaram igrejas e treinaram os mortais como queriam que lhes prestassem adoração.

Determinaram leis, códigos e regras, tudo para o bem comum, diziam.
Tudo era necessário, diziam. A educação e discernimento para o povo,
Para seu próprio bem e proteção, já que o inimigo poderia aparecer.

Assim, vieram eles: Dankinr, o senhor e a própria justiça, o legislador;
Neeria, sua esposa, estudiosa dos prodígios da mente, o psiquismo;
Yurush, o severo: primogênito de Dankir; o inquisidor e a justiça implacável;
Miid, o indeciso, filho do meio, adquiriu o fardo da justiça inconstante;
Ayra, a generosa, a paladina, tomou para si o feudo da justiça condescendente.
Yurush pune, Miid julga e Ayra perdoa; destes, Dankir cria a justiça.

Suas terras eram o norte desolado, na fronteira com a cordilheira de montanhas;
Junto a estes, acompanhavam, os que tomaram estas montanhas para si:
Haislregar, o artífice, forjou seu povo dunir, a quem chamaram de anões;
Sua esposa, Ejafilhein, senhora da forja, aqueceu as montanhas e coração de seu povo
Criando um povo forte, orgulhoso e valoroso, que começaram a extrair as riquezas da terra,
Ampliando a prosperidade, cultura e desenvolvimento de seu povo e adjacências.

Ao sul, Outra deusa só encontrou selva e desolação; seu nome era Iumai, a vidente.
Ainda que a onisciência não fosse acessível, os deuses sabiam dos atos de seus devotos,
Mas não do futuro, nem as leis que o Destino impunha mesmo a eles os deuses;

Curiosamente, aos mortais, ocasionalmente era dada esta faculdade, a vidência.
E destes, Iumai buscava, tornando-os servos e perscrutadores do destino, sob sua guia;
Por isso a sábia dos deuses fez ali o seu pouso, e criou sua terra para meditação e adivinhação.

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